Nike - Iluminando seu caminho

Folder criado representando uma campanha da Nike, com a temática "Na escuridão, eu..." as fotografias foram feitas em um estúdio profissional.







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Ficha Técnica

Direção  Geral

Nandex Ramos


Produção

Nandex Ramos
Taty Ferrari
Drica Barreto

Gabriela Silva


Fotografia
Nandex Ramos
Ilana America



Iluminação
Leco Saraiva


Pós-produção
Nandex Ramos






1. Processo Gerativo 

    O trabalho se constitui em uma peça publicitária, criada para a Nike. Ela foi feita com base na fusão de duas idéias distintas, onde se funde a essência de cada uma dessas idéias, de acordo com um processo gerativo de sentido. Explicaremos agora como se deu o embasamento deste processo gerativo de sentido na produção de nossa peça publicitária.

    Pela lógica, iniciamos a explicação e produção abordando o primeiro processo, ou seja, o processo Fundamental. O processo fundamental é o responsável pela representação das idéias, princípios e valores transmitidos ao público. Em nosso caso, utilizamos uma idéia positiva, onde a luz emanada pelo prisma, refratada que atinge o tênis demonstra todo um conceito de energia e vitalidade. Visto que o público alvo de nossa peça publicitária são os adolescentes, e uma grande característica dessa fase etária é, justamente a energia, o diferente, ousado, esta é uma forma de transmitir de forma dinâmica e funcional estes valores, demonstrados em nossa peça, que atingirá o público.

    Após isso, partimos para a segunda etapa do processo gerativo, ou seja, o Narrativo. Nessa etapa, nós contextualizamos e materializamos os valores e princípios informados e expressados no processo Fundamental. É aqui que se dá, por elementos mais concretos, a expressão deste “abstramento” ideológico. A contextualização destes princípios se dá através de, inicialmente, um deslocamento temporal da peça publicitária. Em contexto de âmbito generalizado, a princípio nossa peça é deslocada de seu referencial temporal. Porém, ao aplicarmos alguns elementos de luz (os raios, a coloração), remete-se a um elemento de “discotecagem” referente, por exemplo, a uma década de 80. Esta estratégia de identificação da peça temporalmente aos anos 80 foi proposital. Um dos elementos que nos fez partir para esta atitude, são as próprias cores do tênis, e seu visual mais retrô. É sabido que a moda possui princípios de sazonalidade, ou seja, elementos da moda constantemente retornam e desaparecem. E isso acontece aqui, onde, em pleno início da segunda década do século XXI, notamos um retorno a estes elementos oriundos dos anos 80. Esta abstração temporal foi a principal ferramenta que utilizamos para contextualizar os elementos do processo fundamental, no processo narrativo.

    Por fim, entramos no terceiro processo, o Descritivo. Este processo, muitas vezes ignorado por publicitários menos experientes, é de fundamental importância na concepção de uma obra publicitária. Afinal, é um ledo engano acreditar que o público visualizará exatamente a mensagem transmitida. Cada um possui sua unicidade e individualidade, aspectos estes subjetivos que devem ser sempre levados em consideração. Isto é abordado aqui neste processo descritivo; ele nada mais é do que a forma que o público faz a releitura de sua mensagem, ou seja, o que se pretende dialogar com este público. No caso, o direcionamento que se dá para que o público, através dos elementos inseridos no processo narrativo, capte os sentimentos e os valores pretendidos e elaborados no processo fundamental.


2. Estratégias (Harmonia-Contraste) 

    A respeito das estratégias utilizadas, ou seja, os elementos de Contraste e Harmonia, definimos algumas predominâncias.

    Primeiramente, notamos uma proposital assimetria no posicionamento do elemento central da peça publicitária, ou seja, o tênis. Ocorre sua descentralização, justificada pela regra dos terços. Ou seja, a regra dos terços define a descentralização das imagens para que, com isso, ocorra sua maior evidência e sua maior contextualização no espaço. Porém, apesar da imagem possuir uma assimetria, ela também possui um equilíbrio. Pois, apesar de o tênis estar focado no lado direito inferior da peça, existe um contraponto no lado oposto, superior esquerdo; representado pelo prisma, que equilibra a imagem.

    Existe uma economia de elementos. Apesar de, pelos raios luminosos multicromáticos a pessoa poder identificar o cenário da peça, que remete à era disco anos 80; existe uma grande economia de elementos, como o cenário físico em sim, pessoas (personagens), e o fundo negro neutro que contrasta com os elementos principais.

  Apresentamos na imagem apenas um pé do tênis, e não o par, por questões de enquadramento, não carregar a imagem. Visto que este simples pé representa o todo, o par, e, principalmente a pessoa que o utilizará e terá sua compatibilidade de estilos, fizemos aqui uma minimização, que puxa para a metonímia da essência central da peça.

    O tênis não está contrastado com outro elemento diretamente representativo, ele está só em seu espaço. O prisma é apenas o referencial de origem luminosa, e não o elemento de contraste. Devido a isto, não estamos contrastando o tênis com outro elemento (por exemplo, um sapato preto) e, devido a isto, o processo realizado foi de Singularidade.

    Finalizando as estratégias utilizadas, criamos na peça um contraste proposital que opõe dois elementos de contraste e harmonia, simultaneamente. Fizemos isso contrastando agudeza e a difusão. A agudeza foi representada nos traços e ângulos agudos do prisma, e também a agudeza dos ângulos das luzes que são refratadas nele e atingem o tênis. Já o calçado em si, ele possui a difusão, por possuir as curvas, as linhas mais arredondadas. Isso é enfatizado pela iluminação irradiada no tênis, que realça estas linhas curvas. O contraste da oposição entre a agudeza do prisma e os raios luminosos, contra a difusão das linhas curvas do tênis demonstram um maior conforto ao observar o calçado, demonstrando que ele é confortável e macio.


3. Constância Perceptiva 

    A constância perceptiva, ou seja, os clichês se dão na variedade de cores e luzes da imagem publicitária. Ultimamente isto é muito notado; em peças destinadas ao público jovem, adolescente. Como dito anteriormente, as luzes são utilizadas no processo Narrativo para materializar o fundamento de energia e vivacidade do processo Fundamental e, assim, se conseguir uma boa releitura deste público através do processo Descritivo.

    Não adiantaria tentar mudar esta constância, esta padronização, fazendo para o público adolescente algo mais singular, mais apagado, discreto, fugindo deste padrão dos contrastes e das cores vivas e fortes. Ainda mais se tratando de um tênis, um objeto que, por si, já passa a idéia de ser “descolado”, moderno, dinâmico, esportivo, cheio de energia, este clichê publicitário ajuda a combinar a peça com o estilo do próprio produto divulgado. Mesmo assim, tentamos fazer isso de forma criativa, conseguindo, mesmo dentro desta constância perceptiva, passar a idéia por uma forma diferente e dinâmica; para isso fundimos aqui um elemento físico, a idéia ótica da refração, que gera à imagem um aspecto diferenciado.


    Na criação da peça publicitária, utilizamos uma câmera Canon 20D, lentes 18 55; para fotografar o tênis Nike, os sapatos sociais pretos, e o prisma (objeto de decoração que, originalmente possuía uma imagem em seu interior, retirada no processo de finalização da arte). Estes elementos foram iluminados com uma lanterna pequena de lâmpadas LED e o efeito de raios no prisma foi gerado por um laser.

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